Preocupada com as tensões vividas na Europa, Bruxelas prepara-se para avançar com um pedido de reforço do orçamento comunitário. Brexit, migrações e refugiados são as principais preocupações.
O clima de várias tensões que tem atravessado a Europa e ainda o pós-Brexit, motivaram a Comissão Europeia a avançar com medidas preventivas. Entre elas, o aumento das contribuições. No entanto, não será fácil convencer os contribuintes a aumentar os fundos em 2020.
Bruxelas vai pedir um reforço do orçamento comunitário durante a década de 2020, devido a três problemas atuais que se mostram preocupantes: a saída do Reino Unido da União Europeia, que deixará uma dívida de 8,3 mil milhões de euros, os gastos extras devido às migrações na zona euro e a questão dos refugiados que tem gerado tensões nos países do médio-oriente.
A notícia é avançada pelo Financial Times, que adianta que as linhas do próximo orçamento a longo prazo da União Europeia (UE) começarão a ser debatidas brevemente e que, em fevereiro, serão discutidas as suas prioridades.
Posteriormente, em maio, será apresentada uma proposta formal. No entanto, não será tarefa fácil convencer os estados-membros a aumentarem os seus fundos, uma vez que estas negociações de orçamento requerem unanimidade.
O comissário do orçamento da UE, Günther Oettinger, disse que metade do défice financeiro «deve ser sustentado por cortes» e o restante «por dinheiro adicional de pagadores líquidos».
Mas, mesmo estas medidas parecem ser suscetíveis de ultrapassar o limite imposto pela UE de um por cento do total do Rendimento Nacional Bruto (RNB).
Face a isto, no passado mês de dezembro, Phil Hogan, comissário da agricultura da UE, questionou se «os Estados-membros estarão preparados para aumentar a contribuição de 1 por cento para 1,1 ou 1,2 por cento do Rendimento Nacional Bruto».
Mas, Eulalia Rubio, do Instituto Jacques Delors, responde que «em comparação com o último orçamento de longo prazo, que foi acordado a meio das políticas de austeridade, parece que os estados membros estão mais recetíveis a um aumento». «Não vão lutar para mantê-la no 1 por cento».
Fonte: ECO