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A Embrapa Uva e Vinho, através do seu o Programa de Melhoramento Genético “Uvas do Brasil”, acabou de lançar duas novas cultivares. Com resistência a doenças, adaptação às condições de clima temperado e a fruteiras com alta produtividade, a BRS Melodia é indicada para consumo direto à mesa, enquanto a BRS Bibiana é vocacionada para a produção de vinho.
De acordo com Patrícia Ritschel e João Dimas Garcia Maia, coordenadores do Programa, o diferencial da cultivar BRS Melodia é o sabor especial de mix de frutas vermelhas. O objetivo é conquistar consumidores que buscam um sabor diferenciado, afirma Maia, um dos investigadores responsáveis pelo desenvolvimento da variedade. Segundo ele, essa cultivar rosada sem sementes é uma alternativa para quem não consegue produzir a cultivar importada Crimson Seedless.
A BRS Melodia foi desenvolvida para ser cultivada com o uso de cobertura plástica, raleio e o desponte dos cachos – que são menores do que a média das cultivares do Grupo Itália, por exemplo. Segundo os melhoradores, com o manejo correto é possível obter uma produtividade de 25 toneladas por hectare.
Maia afirma que a utilização da fito-hormona de crescimento vegetal giberelina (à base de fungo Gibberella fujikuroi) é fundamental para garantir o tamanho das bagas adequado às uvas de mesa. “Caso o viticultor queira uma cor rosada intensa, deve-se aplicar ácido abscísico no início da maturação”, recomenda.
Já a BRS Bibiana é a mais nova cultivar que, ao lado da linhagem Moscato Embrapa, compõem a linha de resistentes a doenças. A variedade apresenta reação intermediária ao míldio e ao oídio. É resistente, ainda, à podridão ácida e à podridão cinzenta, causada por Botrytis. Os vinhos remetem aos produtos elaborados com uvas europeias, mas com um custo de produção reduzido por exigir menos tratos culturais.
A ‘BRS Bibiana’ apresenta cachos soltos, o que evita as podridões. Outro grande diferencial da nova cultivar é o potencial de atingir um elevado conteúdo de açúcares, mesmo em anos com condições adversas de clima. “Para essa cultivar não existe mau tempo. A colheita vai ser sempre boa, permitindo a elaboração de vinhos com qualidade”, conclui Patrícia Ritschel.