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O Centro de Serviços de Investigação do Parlamento Europeu publicou recentemente uma revisão de diversos estudos na área da alimentação e da agricultura biológica e dos seus efeitos na saúde humana. As principais conclusões sugerem que o consumo de produtos biológicos deve ser aconselhado a grávidas e crianças.
Por outro lado, e numa altura em que está a ser preparada uma nova legislação para a Agricultura Biológica na Europa e uma nova estratégia nacional no mesmo âmbito, as conclusões políticas do estudo mostram a importância de proporcionar maiores apoios à agricultura biológica, alimentação biológica e investigação na área, assim como para a necessidade de maior fiscalização.
Os investigadores defendem também que é preciso apostar na diminuição do cádmio nos solos, na diminuição da exposição aos pesticidas e na diminuição do uso antibióticos em animais como prioridades da saúde pública.
Segundo o relatório, “apesar de os pesticidas serem testados antes de irem para o mercado, há ainda falhas importantes que permanecem, como por exemplo as avaliações que continuam a ignorar os estudos que evidenciam os efeitos negativos dos pesticidas organofosforados no desenvolvimento cognitivo das crianças. Durante a gravidez e nos primeiros anos de vida é desaconselhado o consumo de pesticidas, mas, no entanto, é aconselhado o consumo de frutas e legumes (…). O uso a longo prazo de fertilizantes minerais de fósforo contribuiu para o aumento do cádmio em solos agrícolas. Há indícios de que as culturas produzidas pela agricultura biológica, especificamente cereais, têm concentrações comparativamente baixas de cádmio.”
Outro dos aspetos que é também alvo de reflexão é a qualidade do solo e das plantas na produção biológica. Como mostra o estudo, o solo apresenta menores níveis de azoto e o desenvolvimento das plantas é afetado de forma positiva pela agricultura biológica. Por outro lado, verificaram-se quantidades ligeiramente superiores de polifenóis em alimentos biológicos, sendo estes compostos importantes para a prevenção de doenças crónicas em seres humanos.
Leia o estudo em detalhe aqui.