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A Aveleda, um dos maiores produtores de Vinho Verde, pretende investir cerca de 20 milhões de euros, até ao ano de 2021, no aumento da sua área de vinha dos atuais 150 hectares para 600 hectares, revela o Dinheiro Vivo. Um dos primeiros investimentos será feito na Aldeia de Cabração, onde a empresa vai investir 7 milhões de euros, até 2020, num projeto vitícola que deverá “impulsionar o crescimento sustentável da empresa” e “contribuir para o desenvolvimento qualitativo da Região dos Vinhos Verdes através da produção de uvas de grande qualidade”.
Esta exploração, localizada em Santa Maria de Cabração, em Ponte de Lima, representará, no total, a plantação de 200 hectares de vinha até 2020, revela a Aveleda em comunicado. “Um dos grandes objetivos desta exploração é a conservação, a dinamização e o adequado aproveitamento dos recursos dos terrenos comunitários, com respeito pelo meio ambiente e pela natureza. Um compromisso a longo prazo que irá implicar a criação de postos de trabalho, dinamização da economia local e sustentabilidade da mesma, tornando-se o mais relevante projeto desenvolvido, até hoje, na Região Demarcada dos Vinhos Verdes”, diz ainda o produtor vitivinícola.
Do investimento previsto para este projeto, a Aveleda aplicou, numa primeira fase, cerca de 2,5 milhões de euros na plantação de 70 hectares. Até à conclusão do projeto em 2020, a empresa irá plantar os restantes 130 hectares para fechar o projeto Cabração com 200 hectares.
António Guedes, administrador da Aveleda, defende que “o crescimento sustentado da empresa está diretamente ligado ao crescimento da Região, não é possível o nosso desenvolvimento sustentável sem que o mesmo aconteça por toda a Região dos Vinhos Verdes. Além disso estamos a investir na qualidade das vinhas e da uva, procurando novos terroirs, novas soluções e novos perfis de vinho, apostando na qualidade de potencial das nossas marcas. A viticultura insere-se nosso ADN, algo a que nós nos dedicamos de corpo e alma e que sempre foi o centro das nossas atenções.”
“Este projeto, de certa forma, vai trazer o foco para uma parte do concelho de Ponte de Lima que estava bastante esquecida. É um compromisso a longo prazo que temos com a Região, vamos estar aqui 30 anos e desenvolver postos de trabalho, dinamizar a economia local e a sustentabilidade da mesma”, acrescenta António Guedes.
Preservar a biodiversidade e travar os incêndios
O projeto da Aveleda na Aldeia de Cabração tem ainda como objetivos a preservação da biodiversidade e a ocupação inteligente do espaço, arborizando o terreno adjacente à vinha com espécies autóctones e com espécies que fomentam a biodiversidade e que são mais resistentes ao fogo.
António Guedes refere que “neste local, o risco de incêndio é grande por isso o nosso projeto está estruturado para minimizá-lo. Se por um lado, o vasto comprimento da vinha irá formar uma barreira à progressão dos incêndios; por outro lado, vamos plantar à volta da vinha uma zona com árvores de folha caduca que, por si só, são tampões e representam com maior naturalidade aquilo que é a paisagem daquela região”.
Pedro Barbosa, Diretor de Viticultura da Aveleda, acrescenta ainda que “o local foi escolhido a dedo. É um local de excelência para a produção de vinhos de qualidade. A Serra D’Arga funciona como uma barreira protetora dos ventos marítimos ao mesmo tempo que beneficia da proximidade do Atlântico e de uma brisa marítima leve e constante. Esta vinha situa-se apenas a 19km do Oceano Atlântico. Os solos de xisto desta exploração também nos permitem ter uma maior diversidade de terroirs que trabalhamos, uma vez que cerca de 99% da Região tem solos baseados em granito ou aluviões.”