O Ministério da Agricultura deve “impor limites à reflorestação de eucaliptos”. A posição é de José Maria Costa, Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, autarquia que perdeu cerca de 30% da sua área florestal nos incêndios da passada semana. De acordo com o autarca, citado pelo Expresso, “perante situações excecionais, riscos excecionais, os incêndios excecionais, é urgente que haja medidas de exceção”.
“É preciso que, de uma vez por todas, se aposte em espécies autóctones, mais resilientes ao fogo e com menos riscos para a população, para os bombeiros e para o ambiente”, defende na nota citada pelo semanário.
José Maria Costa pretende também que no “Programa de Reflorestação apresentado recentemente pelo Governo, a plantação de eucaliptos seja interditada”. De acordo com o município, a velocidade de propagação dos incêndios da passada semana pode dever-se ao “facto da floresta predominante ser de eucaliptos, uma espécie altamente inflamável e cuja folhagem emite projeções a grandes distâncias e com muita intensidade, o que dificultou a defesa de pessoas e bens e permitiu o alastramento do incêndio a grandes áreas florestais”.
Recorde-se que no início deste ano Capoulas Santos, ministro da Agricultura, já havia anunciado aos deputados da Comissão da Agricultura da Assembleia da República a intenção de voltar atrás com a liberalização de plantação de eucaliptos em Portugal, medida aprovada em 2013 durante o Governo PSD-CDS.
Em 2015, cerca de oito em cada dez hectares de floresta plantados em Portugal sem recurso a fundos públicos eram de eucaliptos.
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