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A Associação Nacional da Indústria para a Proteção das Plantas (ANIPLA) colocou esta semana em marcha a segunda edição da campanha ‘Considere os Factos’, uma ação que pretende consciencializar os portugueses para a importância do setor agrícola e combater alguns mitos em relação à utilização de fitofarmacêuticos. António Lopes Dias, diretor-executivo da Anipla, diz em declarações à VIDA RURAL que para chegar aos consumidores portugueses “devemos ‘arregaçar as mangas’”.
O que pretende a ANIPLA com esta campanha?
Esta iniciativa da ANIPLA tem vários objetivos, mas o principal é mesmo aproximar os portugueses mais urbanos aos temas da agricultura, envolvendo-os no debate e partilhando informação para que tomem opções de consumo mais conscientes e assentes em melhor conhecimento sobre o sector agrícola e, dessa forma, se possam desmistificar algumas das ideias erradas sobre o trabalho desempenhados pelos produtores agrícolas.
Queremos que o assunto da agricultura passe a fazer parte dos temas de interesse de todos os consumidores e por isso fomentamos um debate transparente sobre esta realidade.
Que diferenças traz a campanha deste ano?
A campanha que agora lançamos é a continuação do caminho que iniciámos em 2017. Alterámos ligeiramente algumas das iniciativas, para que melhor correspondam às expetativas dos portugueses, mas mantemos a mesma premissa: debater a produção de alimentos e esclarecer a população sobre o papel da ciência e tecnologia na agricultura, apresentando aos consumidores factos que permitam desconstruir alguns dos mitos ligados a esta atividade à agricultura. Outra diferença está na informação que partilhamos: para melhor podermos comunicar com os consumidores realizámos um estudo à população portuguesa, em parceria com a Universidade Católica, para conhecer a perceção que a sociedade civil tem do papel da agricultura na resposta aos desafios da alimentação, e obtivemos alguns resultados surpreendentes.
Qual o balanço da campanha de 2017?
A campanha do ano passado foi muito eficaz junto dos públicos que queríamos atingir, pelo que o balanço só podia ser positivo.
Na avaliação que fizemos à iniciativa de 2017, apurámos que a maioria dos participantes se interessa pelos assuntos da campanha e que considera o assunto referido na campanha muito importante. A maioria dos participantes referiu também que é provável vir a procurar mais informações sobre os assuntos da campanha e que é provável virem a falar com um amigo ou familiar sobre os mesmos.
O que é certo é que o estudo feito em parceria com a Universidade Católica demonstrou igualmente que 85% da população portuguesa vê nos produtos fitofarmacêuticos um aliado da produção agrícola, o que legitima a nossa ação e nos dá mais forças para continuar este trabalho de esclarecimento da sociedade sobre o papel da tecnologia na agricultura.
O que ainda falta fazer?
Ainda que tenhamos recebido “feedback” muito positivo pela campanha do ano passado, estamos conscientes que ainda há um longo trabalho pela frente. Queremos criar o espaço necessário para o diálogo público sobre a produção de alimentos e trazer temas que são vistos como tabu, mas que devem ser explicados e partilhados, nomeadamente, o uso de produtos fitofarmacêuticos e inovações tecnológicas. Mas, ainda assim, temos consciência da constante divulgação de informações falaciosas, que não são mais do que desinformações, e campanhas sensacionalistas que descredibilizam a agricultura e os métodos de produção, o que acaba por gerar desconfiança na população. Sabemos que para chegar aos consumidores devemos “arregaçar as mangas” e convidar as famílias portuguesas para que, na altura de tomarem decisões de consumo conscientes, considerem os factos.