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As mulheres rurais representam mais de um quarto da população mundial e são, em muitas comunidades, as responsáveis pela segurança alimentar. Mas de acordo com um estudo recentemente publicado pela ONU, o seu papel nas comunidades agrícolas pode tornar-se mais difícil com as alterações climáticas.
Segundo o estudo, as mulheres rurais ainda ficam atrás dos homens no que diz respeito à posse de terras e ao acesso a fatores de produção, financiamento e tecnologia.
“As mulheres agricultores são tão produtivas e empreendedoras quanto os seus homólogos do sexo masculino, mas nem sempre conseguem obter preços comparáveis para as suas culturas”, explica Phumzile Mlambo-Ngcuka, diretora-executiva da ONU Mulheres e subsecretária-geral das Nações Unidas. De acordo com a responsável, as mulheres agricultoras não têm acesso igual à terra, ao crédito, aos fatores de produção e aos mercados e cadeias agropecuárias de alto valor.
E de acordo com o estudo, com as alterações climáticas, o acesso desigual das mulheres a terra, água e energia é ainda mais difícil. “As desigualdades e discriminações de género que restringem o poder de decisão das mulheres rurais e a participação nas suas famílias e nas suas comunidades são exacerbadas pelas mudanças climáticas e desastres climáticos”, refere a ONU.
As cheias e as secas fazem com que estas mulheres tenham que despender mais tempo a proteger os seus fatores de produção, perdendo oportunidades, nomeadamente ao nível da educação.
“Um clima em mudança também significa que há uma janela de oportunidades cada vez menor para reduzir as disparidades de género na agricultura. A grande maioria dos pobres do mundo vive em áreas rurais e o fim da desigualdade de género na agricultura é essencial para garantir a segurança alimentar, construir a resiliência climática e acabar com a pobreza.”