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A agricultura pode mesmo ‘curar’. É com essa premissa que a associação Raríssimas está a desenvolver na ilha do Pico, nos Açores, o projeto VIRA – Valorização, Inserção, Responsabilidade e Aprendizagem, terapia ocupacional para pessoas portadoras de deficiência e pessoas em risco de exclusão social.
De acordo com o Diário de Notícias, o projeto tem como missão “dar ferramentas” para a empregabilidade destas pessoas e, para isso, recorre a “terrenos abandonados, de pessoas que já não têm capacidade para trabalhar os seus terrenos”.
A ideia é que cada um tenha formação e possa trabalhar o seu próprio terreno, para que o produto final seja depois vendido, revela ao jornal Salomé Gomes, diretora da delegação do Pico da associação Raríssimas.
“Um dos nossos sonhos e dos nossos objetivos é que o projeto não fique parado no espaço em que está. A ideia é à volta da ilha conseguirmos encontrar mais colaboradores”, acrescenta.
Embora os resultados ainda não estejam quantificados, a associação acredita que a sua finalidade terapêutica tem potencial. “Temos um senhor que teve um AVC e que já está connosco há dois anos e consegue-se observar que tem ganhos. Há tarefas e competências que já consegue realizar, que no início não conseguia”, refere Salomé Gomes.
Numa segunda fase, o projeto irá dedicar-se também a dar formação na área da agricultura biológica, uma forma de promover a empregabilidade dos formandos. “O nosso foco são pessoas portadoras de deficiência, mas o objetivo é trabalhar também com pessoas em risco de exclusão social. Existem muitas pessoas (…) que estão, por infelicidade da vida, em risco de exclusão social e não têm a mesma possibilidade de ter um emprego do que outras”, conclui.