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Pode parecer ficção científica, mas não é. Um grupo de investigadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos da América, desenvolveu uma solução que vai permitir cultivar em Marte.
Marte recebe apenas metade da luz solar que recebe o planeta Terra, contudo, as radiações UV são muito mais elevadas e as temperaturas rondam os -60 graus Cº, o que significa que a única água disponível no planeta é na forma sólida, o que representa um desafio para a existência de vida em Marte. A tudo isto acresce ainda o facto de o solo em Marte conter químicos potencialmente tóxicos e baixos níveis de nitrogénio.
De acordo com a NASA, a longo prazo, o objetivo passa por colocar humanos em Marte. E os humanos têm de comer. “Sermos capazes de produzir comida em Marte permitiria reduzir a quantidade de reservas que consomem espaço valioso e combustível nas missões que fazemos ao planeta Vermelho. Mas descobrir como – e onde – produzir essa comida, ao mesmo tempo que somos extremamente cuidadosos para não contaminar Marte com bactérias provenientes da Terra, são alguns dos desafios que como cientistas e engenheiros enfrentamos”, diz a agência espacial norte-americana.
Apesar do desafio, um grupo de investigadores de Harvard parece ter encontrado uma solução – as Aerogel Sheets. Segundo os investigadores, estes ‘lençóis’ apanham energia solar, retendo-a, mimetizando o efeito de estufa do planeta Terra.
Os responsáveis pela inovação dizem que estes ‘lençóis’ iriam aquecer a superfície de Marte, derretendo o gelo debaixo e permitindo que as plantas fizessem a fotossíntese e bloqueando as radiações UV excessivas.
A inovação, divulgada recentemente pela revista científica Nature Astronomy, é semelhante à esferovite, sendo 97% constituída por ar e 3% constituída por sílica, o que a torna extremamente leve e um bom isolador térmico, explicam os responsáveis. Os autores da ideia dizem, também, que a solução não requer grandes quantidades de energia ou manutenção para manter grandes áreas quentes durante longos períodos.
Não é previsível que comecemos a cultivar em Marte a curto ou médio prazo, contudo, os investigadores da Universidade de Harvard acreditam que a solução pode ajudar a criar “oásis de fertilidade’ em planetas desertos, facilitando a fotossíntese das plantas e outros organismos.
“Podemos imaginar isto a ser usado de múltiplas formas. O mais alcançável, a curto prazo, seria um teste em pequena escala com um robot. A longo prazo pode ser usado para apoiar as missões humanas de exploração de outros planetas e, eventualmente, para produzir habitats com vida que se tornariam autossustentáveis”, explica Robin Wordsworth, cientista envolvido na criação da solução.
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Fonte: Vida Rural