–
A agricultura é uma das prioridades na cooperação entre Portugal e Angola. Quem o diz é Capoulas Santos, ministro da tutela, que em entrevista à Rádio Renascença revela que em breve será criada uma câmara agrícola dos dois países, com Portugal a ficar responsável pela gestão de 60 milhões de euros para reforço da agricultura familiar e redução da fome.
“Angola tem potencialidades praticamente infinitas, mas é um país que produz muito pouco das suas necessidades alimentares. Luanda manifestou-nos já há dois anos a necessidade de uma cooperação mais intensa, uma vez que Portugal dispõe de muito conhecimento, de muita tecnologia, de muita informação sobre a realidade agrícola africana, que vem dos tempos coloniais”, explica o ministro da Agricultura à rádio.
Capoulas Santos revela ainda que foi recentemente negociado, junto do União Europeia, um financiamento de 60 milhões de euros para Angola – administrado por Portugal – para dar resposta a problemas como “sanidade e fitossanidade”.
“Angola tem um grande potencial, tem bons solos, tem água com abundância, mas está sujeita cada vez mais às alterações climáticas, há pragas, doenças, quer nas plantas, quer nos animais que carecem de investigação e resposta, equipamento de laboratório. Essa será uma área muito importante de cooperação, assim como a capacitação técnica em diversos domínios, desde a irrigação até ao desenvolvimento de determinadas culturas. Para além de um aspeto muito importante que é o combate à fome e à subnutrição nalgumas regiões do país porque o projecto da União Europeia a que fiz referência incidirá sobretudo em três provinciais do Sul: Huíla, Cunene e Namibe”, diz ainda o responsável pela pasta da Agricultura.