Por: Federação Nacional de Regantes de Portugal (FENAREG)
A importância do regadio é inequívoca para o nosso País e para a competitividade da agricultura, setor que constitui um contributo importante para a economia nacional.
A oportunidade atual está claramente numa agricultura que consiga produzir em quantidade, com qualidade, de uma forma eficiente, com objetivos centrados na segurança alimentar e tendo em conta as necessidades do consumidor.
Essa agricultura passa pelo regadio, uma vez que, no clima mediterrânico, a irregularidade e imprevisibilidade da precipitação obriga necessariamente a regar para garantir o sucesso das produções agrícolas, sendo também estratégico na mitigação dos impactos das alterações climáticas e para o ambiente. Como mostra a figura, a quantidade de precipitação em Portugal é igual à que ocorre na Alemanha, mas circunscrita apenas aos meses de inverno.
Em Portugal, mais de metade das explorações agrícolas dependem da água para a agricultura e o regadio é responsável por 60% da produção agrícola nacional.
Nos 3,7 milhões de hectares de superfície agrícola utilizável (SAU), estão equipados para regadio 540.000 ha, o que equivale a 12% da SAU. Essa área tem vindo a diminuir, apesar dos investimentos, nomeadamente em regadios públicos, uma tendência que ainda não contrariou o decréscimo de 23%, em relação à área de 1989.
A atividade agrícola tem vindo a intensificar-se de forma sustentada para responder ao complexo desafio de produzir mais e melhores alimentos, gerindo os recursos de forma equilibrada e sustentada, nomeadamente aumentando a eficiência no binómio água/energia.
O crescimento populacional mundial previsto pressupõe que a agricultura produza mais 50% em 2030 e mais 70% em 2050. Mas isto só se pode conseguir em regadio devido ao seu efeito multiplicador: 1 hectare de regadio produz 5 a 6 vezes mais do que 1 hectare de sequeiro. Ou em alternativa, teríamos de dispor de mais território, em detrimento de áreas de floresta e áreas naturais, para responder ao aumento de necessidade de alimentos.
Problemas da seca e culturas e impactos na economia e no setor agrícola
O problema da seca é recorrente no nosso clima e por isso devemos continuar a trabalhar no sentido da nossa adaptação e de maior resiliência a esses períodos.
No caso da agricultura, em situação de seca, as culturas que utilizam maiores quantidades de água, são as que têm as suas áreas reduzidas e, além disso, em alguns casos é necessário apostar em culturas de sequeiro em zonas que estão estruturadas para regadio.
Se tivermos em conta que 1 hectare de regadio produz seis vezes mais que 1 hectare de sequeiro, a quebra dos rendimentos brutos dos agricultores, nessas situações é mais que evidente.
(continua)
Nota: Artigo publicado na edição impressa da Agrotec 27, no âmbito do dossier dedicado à Rega.
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