A aplicação de inóculos microbianos em Quercus Suber L. em viveiros florestais distintos

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Por: Miguel A. Ramos, Giovânia C. Araújo, Nadine R. Sousa, Alberto L. Vega, Paula M. L. Castro

Quercus suber L. desempenha um papel eco­lógico e socioeconómico fundamental na Península Ibérica.

Os fungos ectomicorrí­zicos são parceiros simbióticos cruciais de várias espécies arbóreas e algumas bactérias ubíquas do solo são conhecidas por serem benéficas para plantas.

O objetivo deste estudo foi comparar os efeitos da aplicação de um inóculo misto de fungo ectomicorrízico e bactéria promotora de crescimento no desen­volvimento e qualidade de plântulas produzi­das em dois viveiros florestais.

Em ambos os viveiros, o índice de qualidade das plântulas inoculadas foi até 2 vezes maior do que em plântulas não inoculadas. A biomassa vege­tal diferiu significativamente entre viveiros.

A técnica de aplicação de bioinóculos melhorou a qualidade das plântulas de Quercus suber L. produzidas nos dois viveiros sendo esses benefícios dependentes das condições ecoló­gicas do local, destacando a importância da seleção dos bioinóculos.

Introdução

O Quercus suber L. é um pilar dos sistemas agroflorestais de uso múltiplo com grande valor socioeconómico e ambiental na região do Mediterrâneo.

A mortalidade que afeta esta espécie desde o início do século XX, com um aumento significativo na década de 1980 (Camilo-Alves et al., 2013), é motivo de preocupação.

O declínio de Q. suber é atri­buído principalmente a doenças e pragas (por exemplo, Phytophthora cinnamomi), a uma alta sensibilidade a fatores ambientais, como a seca (Costa e Madeira 2011) ou uma com­binação de vários fatores, incluindo os acima descritos (Camilo-Alves et al., 2013).

A rege­neração natural através de sementeira nem sempre é bem sucedida e a taxa de sobrevi­vência das plântulas transplantadas é fre­quentemente baixa (Sebastiana et al., 2013).

A exploração do potencial da associação entre microrganismos simbióticos, conheci­dos como cruciais para a planta hospedeira em condições desfavoráveis, e o Q. suber torna-se promissora neste contexto.

Nota: Este artigo foi publicado na edição n.º 26 da Revista Agrotec, no âmbito do dossier Bioestimulantes.

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