Desde ontem que a Póvoa de Varzim é palco do 9.º Colóquio Nacional do Milho, um evento que contou, no primeiro dia, com painéis de discussão em torno dos problemas e desafios do setor.
Na imagem, Ricardo Braga, durante a sua apresentação dedicada à "importância da agricultura de precisão na competitividade das explorações agrícolas no norte do país".
Luís Souto Barreiros, coordenador do grupo de trabalho para a estratégia nacional e da cultura dos cereais, salientou na sua intervenção, que o Alentejo, Ribatejo e Oeste produziram, em conjunto cerca de 70% do total de cereais do país. Para o responsável, são essenciais três objetivos estratégicos: reduzir a dependência externa, consolidar e aumentar as áreas de produção e criar valor na cadeia.
Anabela Ramos, investigadora da Universidade do Minho, fez uma resenha histórica sobre a revolução do milho em Portugal, desde o século XVI até ao século XX.
Já Pedro Pimenta, Diretor da Anpromis, abordou os problemas que afetam atualmente o setor do leite. Lembrou que o número de produtores de leite nacional tem vindo a baixar nos últimos anos e deixou no ar a pergunta: «quantos seremos em 2025?».
O responsável disse ainda, entre outras coisas, que «é fundamental valorizar a produção», sublinhando que atualmente «o agricultor pode estar a perder 2 a 3 cêntimos por litro de leite.
Ricardo Braga, especialista em agricultura de precisão e diretor do suplemento Agrobótica (revista Agrotec), apresentou durante a manhã de dia 7 de fevereiro, na Póvoa de Varzim, uma comunicação sobre a importância da agricultura de precisão na competitividade das explorações agrícolas no norte do país.
Para Ricardo Braga «é essencial tirar partido da transformação digital que está a acontecer nos vários setores económicos, inclusivé a agricultura». «Já existem sensores que fornecem dados sobre a produtividade nas várias zonas de parcela, tudo isso, através da georeferenciação», sublinhou. A intervenção de Ricardo Braga decorreu no âmbito do 9.º Colóquio Nacional do Milho.
Filipe Martins, consultor agrícola, fez uma apresentação sobre a silagem de milho e a produção de leite de qualidade e sublinhou a importância do amido na alimentação das vacas leiteiras.
O 9º Colóquio Nacional do Milho começou esta quarta-feira e termina hoje, na Póvoa de Varzim, sendo que mais de 450 especialistas nacionais e internacionais participaram para um debate alargado sobre a situação atual e perspetivas futuras do mercado do leite.
O Colóquio servirá como rampa de lançamento da Estratégia Nacional para a Promoção da Produção de Cereais, um documento de orientação que a fileira dos cereais propõe para os próximos 5 anos, numa ótica do necessário aumento do grau de autoaprovisionamento em cereais, que ronda atualmente os 30%, sendo um dos mais baixos da União Europeia.
O Grupo de Trabalho para a Promoção da Produção Nacional de Cereais, criado por Despacho do Ministro da Agricultura em junho de 2017, tem como missão propor a estratégia nacional e o plano de ação para a promoção do desenvolvimento da cultura dos cereais em Portugal, visando inverter a tendência de diminuição da produção que se verificou nos últimos anos.
Saiba tudo sobre o evento numa reportagem especial que poderá ler no suplemento Grandes Culturas, publicado com a próxima edição impressa da Revista AGROTEC.
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